Um hotel no caminho... um iglu... bem interessante... Bem na saída de Uspallata. Este dia é daqueles que o aventureiro quer esquecer... foi o segundo pior dia da aventura! No hotel de Usapallata, o proprietário sugeriu que Werner não fosse para Mendoza. Que fosse primeiro a San Juan, que foi por onde o Dakar passou. Então o aventureiro se organizou para os 50 km até a divisa entre os estados, no "límite"... neste dia, lá pelo km 15 apareceu um cachorro... depois de uns 40 km o cachorro acompanhou o ciclista... o vento estava contra, foi um dia muito difícil para Werner. Ele estava indo a uma média de 8 ou 9 km por hora... e foi o entretenimento do trecho... o cachorro acompanhava o aventureiro e como ele estava devagar, o cachorro ainda conseguia brincar no meio das capoeiras, ia longe, corria para as laterais, voltava, brincava... e acompanhava a bicicleta... Em algum momento Werner teve que virar à direita e o vento passou a estar a favor.... mesmo estando a 2o a 30 km/h, o cachorro continuava acompanhando, mesmo que às vezes mais de longe... Uns 75 km depois, Werner já estava desistindo de achar a tal pousada "a 50 km"... e já estava calculando como iria passar esse sufoco... com apenas um ovo e um pedaço de pão e um pouco de água... e já estava calculando que ainda por cima iria ter que dividir o lanche com o cachorro... porque afinal... coitadinho... tinha acompanhado os 75 Km do trajeto... "Pelo menos alguém gostou da minha aventura", brincou Werner ao comentar depois... Passou um casal de caminhonete que informou por ali não tinha pousada nenhuma. E apontaram um refúgio dentro de 10 km. Werner perguntou se eles queriam ficar com o cachorro porque estava com pena dele... mas não deu certo... Uns 20 km depois e já imaginando que essas pessoas não poderiam ser ruins a ponto de dizer que tinha um refúgio no meio do nada e não existir o tal... finalmente... uma visão que aliviou o aventureiro. Uma observação a ser feita é que há alguns km do refúgio o cachorro simplesmente sumiu. Sem explicação. Foram 103 km de agonia... que acabava agora. Que alívio de verdade!!! Que dia mais complicado!!!
Já era tarde da noite quando Werner chegou ao refúgio... e lá tinha um grupo de pessoas que estava ali reunido para uma caçada, o que é normal na Argentina. Werner não pode dizer quem estava mais assustado com a presença do outro... mas ele ri pensando no susto do grupo ao ver um estranho chegando no meio da escuridão àquelas horas da noite, barbudo e desgrenhado depois de um dia inteiro "sofrendo" no percurso pedalado até ali... Depois das explicações dadas e das apresentações feitas, um deles ria-se com a reação dos demais, chamando-os de "Maricones" pelo medo que tiveram no momento da chegada do aventureiro... Honestamente, Werner conta que eles foram realmente a salvação dele... pois eles já tinham acampamento armado, lareira acesa e uma janta bem caprichada à qual convidaram Werner a participar... e naquele dia, o aventureiro não precisou nem desempacotar suas coisas da bicicleta... eles próprios montaram uma cama inflável dentro do chalé para que Werner pudesse ficar bem confortável e descansado para o dia seguinte... A hospitalidade deles emocionou Werner como poucas vezes durante a viagem!
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